Na semana passada lancei este novo formato das Semanas Lucrativas e o feedback foi muito positivo. Por isso, vamos lá à Semana Lucrativa #2.
Várias pessoas agradeceram e aprovaram o formato. É para continuar!
Os investidores lucrativos pediram, está pedido 😊
Lembrar que as Semanas Lucrativas servem para resumir os principais acontecimentos que impactaram os nossos investimentos e aqueles que poderão vir a impactar as nossas carteiras na semana seguinte.
São resumos breves, mas lucrativos.
Vamos então à nossa Semana Lucrativa #2.
Principais eventos da semana anterior:
- Esta foi das melhores semanas para as bolsas desde abril, com o Dow Jones a disparar 6.9%, o S%P500 6.3%, o Nasdaq 9% e o STOXX Europe 600 6.3%. Para este desempenho contribuíram principalmente as tecnológicas.
- Taxas de Juro nos EUA foram revistas e mantiveram-se perto dos 0%, com o pacote de compra de ativos a continuar em vigor. O Quantitative Easing também continua em força em Inglaterra.
- Na Europa o BCE avaliou a ampliação do seu programa de compra de ativos e possíveis medidas para proteger o setor bancário (que está a lidar com esta crise melhor do que em 2008/2009).
- Das notícias mais incrédulas foi o do cancelamento da IPO da Ant Group. Os reguladores chineses cancelaram esta que era a IPO mais aguardada do ano, com mais de 30 triliões de dólares a serem “perdidos” e com a Alibaba a ser afetada severamente em Bolsa (pois controla 33% da Ant Group). A minha opinião é de que esta é uma luta entre os reguladores chineses e Jack Ma, fundador da Alibaba: os reguladores não gostaram de ouvir as palavras de Jack Ma quanto ao controlo dos Grandes Bancos no país e “castigaram-no” desta forma.
- Ações da indústria da Cannabis acabaram a semana em beleza, com ganhos superiores a 20% para a maioria delas. Só a Aurora Cannabis subiu 134%.
- Na 4ª feira a Biogen ganha 42% em Bolsa com os investidores a anteciparem uma aprovação dos reguladores para o seu novo medicamento para combater o Alzheimer, o Aducanumab. A ser aprovado, este seria o maior avanço para o combate ao Alzheimer em quase 20 anos. Contudo, na 6ª-feira a Food and Drug Administration (FDA; órgão regulador norte-americano para os medicamentos) não aprovou o medicamento e as ações da Biogen foram suspensas em Bolsa para evitar enormes volatilidades.
- A época de resultados trimestrais continuou em alta. A Ferrari baixou ligeiramente as receitas, mas aumentou os lucros por ação. A General Motors apresentou grandes resultados, com lucro operacional a subir 78% YoY e com as vendas na China e nos EUA a recuperar mais rápido do que se esperava; as receitas da Intellia Therapeutics (uma biotecnológica de edição genómica) duplicaram em relação ao ano anterior. Já a Editas Medicine, outra biotech, viu as suas receitas aumentarem 1538% YoY com a sua nova parceria com a Abbvie. As receitas da Alibaba cresceram 30% YoY, tendo sido impulsionadas pelo setor da Cloud que cresceu 60%, mas o lucro caiu 63%. A Qualcomm viu as receitas aumentarem 38% e o lucro operacional 103%, impulsionado pelos investimentos no 5G. A ViacomCBS aumentou a sua rede de subscritores em 72% em relação ao ano passado e viu as receitas com o streaming a aumentar 56%. Por último tivemos a Berkshire Hathaway do Warren Buffett a apresentar um aumento dos lucros de 82%, apesar de que o lucro operacional cresceu muito menos. No outro oposto tivemos a Hilton Worldwide que continua a apresentar resultados negativos, com prejuízos de 81 milhões de euros mas o 97% dos seus hotéis já estão novamente abertos e RevPAR aumentou ligeiramente, impulsionado pela região Asiática que está a recuperar melhor. A Uber falhou as estimativas e viu as receitas diminuírem 20% YoY. E a CVS Health viu os seus lucros diminuírem 20.3% em relação ao ano anterior, apesar do fluxo de caixa operacional ter aumentado 20.4%.
- Na Europa tivemos a JCDecaux, líder mundial em cartazes publicitários de rua e de transportes, a anunciar uma quebra nas receitas de 41%, apesar de verem algumas regiões do globo a terem recuperado já para os níveis pré-COVID.
- Em Portugal tivemos a Corticeira Amorim a ver as suas receitas diminuírem 10%, menos do que se esperava num contexto de pandemia em que o consumo de vinho diminuiu em praticamente todo o mundo, e a ver o preço da matéria-prima a continuar a descer, o que poderá impulsionar os lucros da empresa. A Novabase aumentou as receitas 12% YoY, com o setor do NextGen a crescer 72%; a empresa tem 49 milhões de euros em caixa, metade do sua capitalização bolsista.
Principais eventos da próxima semana:
- As eleições presidenciais nos EUA estão num impasse e os investidores estarão atentos ao desenrolar dos acontecimentos. Biden parece ter ganho nos votos, mas Trump quer levar as contagens a Tribunal. Prevê-se grande volatilidade nos mercados.
- As atenções estarão a incidir especialmente sobre o Single Day, um evento promovido pela Alibaba parecido ao Black Friday e que gera biliões de dólares em volume de vendas, e sobre as novas consolas da Xbox Series X da Microsoft e da PlayStation 5 da Sony.
- A 12 de novembro saem os dados da Inflação nos EUA.
- Empresas internacionais que vão reportar resultados na próxima semana: Baidu, McDonald’s, Beyond Meat e Simon Property Group (uma REIT) na 2º-feira; Lyft na 3ª-feira; Walt Disney, Cisco, Applied Materials, Siemens, Merck e Tencent na 5ª-feira; Engie na 6ª-feira.
- Em Portugal teremos os resultados da SONAE na 4ª-feira; e da REN na 6ª-feira.
Como foi para ti esta Semana Lucrativa #2?
Desejo-te uma excelente semana, repleta de bons investimentos.
Saudações lucrativas,
Frederico
Boa tarde Grande Frederico, qual a tua opinião sobre o mercado da Cannabis?? Obviamente haverá empresas com mais valor do que outras, mas no que toca a esta área consideras que tenha potencial de crescimento? Não sei se é algo que acompanhas especificamente, mas não custa perguntar… obrigado.
Abraço
Olá José,
É uma indústria que vou começar a estudar com mais detalhe.
Em 2018 não tinha qualquer interesse nas ações das empresas desta indústria porque estavam a viver uma autêntica bolha. Agora que os preços caíram a pique, é altura de explorar.
A indústria é promissora e o futuro passará por usar certas substâncias naturais da Cannabis para fins medicinais (e recreativos). O futuro é encorajador.
Agora, que empresa vencerá a longo prazo, isso não sei. Só estudando cada uma delas.
Mas é uma indústria promissora sim.
Um forte abraço e saudações lucrativas,
Frederico