O Contrato do Investidor é uma ideia popularizada no livro O Investidor Inteligente, de Benjamin Graham (The Intelligent Investor, na edição original em inglês).
Este é um contrato em que os investidores se comprometem a acumular riqueza por muitos anos, investindo em ações a longo prazo.
Numa altura em que os mercados estão em queda e as ações não param de desvalorizar, parece-me oportuno ver este Contrato contigo.
Poderás descarregar (gratuitamente) o Contrato no fim deste artigo. Mas antes, deixa-me explicar-te algumas ideias importantes do contrato.
O Contrato começa por assumirmos que não iremos investir num ativo (ações, obrigações ou outros) só porque este está a valorizar, ou vendê-lo só porque está a desvalorizar.
O que acontece normalmente é que as pessoas vão atrás do que o amigo fez ou do que está na moda. O amigo diz para comprar ações da empresa X, e lá vamos nós comprar. O amigo diz que o imobiliário é que está a dar, e lá vamos nós comprar. Os media só passam notícias sobre a valorização de um dado setor da economia, e lá vamos nós a correr comprar tudo o que há daquele setor. Afinal de contas, ninguém gosta de ver o amigo enriquecer enquanto nós estamos a ver o comboio passar!
No entanto, na maioria das vezes, esta decisão resulta em perdas grandes para o investidor, porque está a comprar um ativo que não compreende. E o mais certo é dar-se mal com isso.
Também não deverás vender um ativo só porque está a desvalorizar.
Há muita gente que estava a vender ações em 2020 só porque elas estavam a cair. Muita gente, com medo de perder ainda mais, acaba por vender as suas ações com perdas consideráveis.
No entanto, uma pequena variação no curto prazo não significa nada no longo prazo. Deixa-me explicar.
Apesar de que ações de excelentes empresas podem cair 30%, 40% ou 50% durante um Bear Market, no longo prazo elas vão valorizar muito mais. Ações que perderam valor na ordem dos 50% ou mais durante os Bear Markets de 2001-2002 e 2008-2009 multiplicaram-se por 5, 10, ou mais vezes entretanto. Enquanto que nesses períodos perderam 50% do seu valor, ao longo de 20 anos cresceram 500%, 1000% ou mais. Se não acreditas, sugiro que vejas um gráfico de longo prazo de ações como a Apple ou a Amazon.
Nunca devemos vender os nossos ativos só porque as outras pessoas estão a fazê-lo! Por muito que possamos sentir estúpidos por estar a aguentar uma queda de 50% quando toda a gente está a vender, o mercado dá-nos razão no longo prazo. As excelentes empresas vão prosperar daqui a 10, 15, 20 anos. As excelentes empresas irão vender mais produtos e serviços daqui a 20 anos, e com isso vão gerar mais lucros. Tu podes beneficiar desses lucros crescentes, ao investires nas excelentes empresas.
O contrato toca num ponto muito interessante: euro-cost averaging. Esta é a ideia que mais transmito aos meus amigos: a importância de pagar a nós mesmos primeiro!
É mesmo importante que assumas o compromisso de pagar a ti mesmo primeiro. Do salário que ganhas, aloca uma parte para uma conta de investimento. Pode ser 10% do que ganhas, pode ser 40% do que ganhas, ou pode ser apenas 1% (ou menos ainda). O que importa é que invistas!
Não interessa se começas com pouco ou com muito.
Rico não é o que ganha muito dinheiro; rico é o que preserva muito dinheiro! Um jogador de futebol ou um ator de Hollywood pode ganhar 10 milhões de euros/dólares e ainda assim não ter um cêntimo na conta.
Mas tu és diferente! Ao assinares este contrato, comprometes-te a alocar uma percentagem do que ganhas para uma ou mais contas de investimento para poderes assim montar o teu caminho rumo à Liberdade Financeira.
Isto vai ajudar-te a capitalizar o teu património. Bem-vindo ao poder dos juros compostos, a oitava maravilha do mundo (obrigado Einstein!). Quanto mais juntares e investires, mais terás lá à frente na tua reforma.
O contrato também refere que deves investir montantes adicionais sempre que conseguires. Quando recebemos um subsídio de natal, um subsídio de férias, um prémio de desempenho ou objetivos, etc., devemos alocar esse montante adicional para investimentos.
O que acontece a muita gente? Muitas pessoas vêem-se com o salário aumentado e aumentam o custo de vida, em vez de aumentarem a qualidade da vida. Eu explico. Se tu ganhas 1000€ e vives com 900€, isto é, se esses 900€ são suficientes para pagar todas as tuas despesas mensais, então se passares a ganhar 1200€ não deverias gastar mais. Pelo contrário, terás mais 200€ para investir e assim acelerar o teu caminho rumo à Liberdade Financeira. Não adianta nós sermos aumentados ou receber subsídios e bónus se os vamos gastar totalmente.
Aprende a investir o adicional que ganhas. Não a gastá-lo!
O contrato também fala sobre a importância de assumirmos uma data de investimento.
Assume o compromisso de que vais investir escrevendo uma data até à qual (no mínimo) este contrato é válido. É importante que essa data seja no mínimo de 10 anos após a assinatura do contrato.
Porquê? Porque no curto prazo tudo pode acontecer.
As ações oscilam bastante no espaço de meses/anos. Em 10 anos tu podes contar com muitas variações; em 10 anos podes contar com um ou dois Bear Markets (quando o preço das ações cai mais de 20%).
Se te comprometeres a investir a muito longo prazo, isto é, mais de 10 anos, então terás sucesso. Assume o compromisso de investires em ações por, pelo menos, 10 anos após a assinatura deste contrato. Isto vai fazer com que estejas confortável com as oscilações de curto prazo. Nota que 75% do tempo as ações apresentam retornos positivos, pelo que 10 anos é um período adequado para ver os altos e baixos do mercado e lucrar com os altos (75% do tempo).
É importante que este contrato seja assinado também por uma ou mais testemunhas. Ter alguém que assinou o contrato connosco e com quem possamos falar sobre o assunto é ótimo. Ou porque estamos stressados com as quedas recentes do mercado acionista, ou porque estamos a pensar se deveríamos comprar ou vender mais ações quando está toda a gente a fazer o oposto, é importante teres alguém a quem possas consultar nestes momentos. Uma testemunha deste contrato assegurará que não farás asneiras nas piores alturas. Como investidor em empresas de excelente qualidade, tens de te comprometer a estar investido nelas ao longo dos seus altos e baixos (existirão muitos).
O contrato também refere que as únicas alturas em que deveríamos levantar o dinheiro investido é quando aparece uma urgência. Uma emergência como uma perda de emprego, uma doença, ou uma obra lá em casa de que não estávamos à espera. Podes perder o emprego e queres ter uns quantos euros que te permitam continuar a colocar comida na mesa enquanto estás à procura de um novo emprego. Podes ter um problema de saúde que exija custos elevados com a hospitalização. Podes ter tido um acidente com a canalização de casa e as obras vão custar umas centenas de euros ou alguns milhares. Ou podes até querer financiar uma entrada para a casa ou uma formação pessoal. Todos estes motivos podem levar-te a vender ações, se necessário.
Contudo, deverias evitar ao máximo vender ações para pagar estas emergências. É por isso que se deve constituir um Fundo de Emergência antes de investir, para assim estares seguro(a) quando os mercados estão a cair, e não teres que ir resgatar o dinheiro das ações no pior momento (durante um Bear Market, p.ex).
Este é o Contrato do Investidor
Gostaria de te lançar um desafio: assina o Contrato do Investidor se te comprometes a acumular riqueza por muitos anos e envia-me o comprovativo. Envia-me por e-mail ou mesmo pelas redes sociais dos Investimentos Lucrativos (Facebook e Instagram). Eu gostaria muito de ver o teu compromisso de investidor!
Obrigado pelo teu compromisso!
Podes descarregar aqui o contrato (gratuitamente):
Saudações lucrativas,
Frederico Santarém